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sábado, 18 de junho de 2016

Itália - Análise das Favoritas - Eurocopa 2016


A Itália é a menos favorita das equipe tradicionais que disputam a Eurocopa. A lista de jogadores é composta basicamente por jogadores não-renomados, sem titulos de expressão fora da Itália. A questão é que essas são as condições que a Itália gosta de enfrentar. Seu técnico, Antonio Conte, é um dos mais inteligentes da competição, e sabe muito bem as limitações do seu time, e não tem vergonha de jogar o clássico jogo italiano de muita defesa. 

Defesa

Os jogadores de classe mundial da Itália estão todos nesse setor. Os titulares são todos da Juventus, que foi vice-campeã da Liga dos Campeões ano passado. Gianluigi Buffon, goleiro campeão mundial 10 anos atrás, é o titular no gol, tendo Sirigu e Marchetti como reservas. Barzagli, Bonnuci e Chiellini formam a zaga titular, trazendo para a seleção todo o entrosamento da Juventus. Há apenas um zagueiro de ofício na reserva, Angelo Ogbonna. Ele joga hoje no West Ham, mas jogou na Juventus também. 

Como o time joga com alas e não laterais, só se encontram dois laterais de ofício no plantel italiano. São eles, Matteo Darmian, do Manchester United e Mattia De Sciglio do Milan. Ambos são primariamente destros, mas tem rázoavel habilidade com o pé esquerdo, o que permite que sejam utilizados dos dois lados de campo.

Meio-campo

O jogador mais renomado do meio-campo da Itália é o primeiro-volante, Daniele De Rossi, um jogador forte, de bom passe, e que já jogou como zagueiro também. Thiago Motta, do PSG e ex-Barcelona, é seu reserva imediato. Os outros jogadores de meio-campo são jogadores voluntariosos e enérgeticos, capazes de jogar como alas e meias pelo lado, mais funcionais que talentosos. São eles: Antonio Candreva, da Lazio, usado mais como ala; Marco Parolo, usado como meia pela direita; Emanuele Giaccherini, que pode jogar na meia-esquerda ou na ala esquerda; e Stefano Sturato, jovem volante da Juventus, que só jogou uma partida pela Itália antes do começo do torneio.

Dois jogadores podem ser usados nas alas, mas são mais ofensivos, jogando regularmente como pontas em seus clubes: Alessandro Florenzi, jogador da Roma que disputou o prêmio Puskas do ano passado contra Messi e o brasileiro Wendell Lira; e Bernadeschi, jovem ponta da Fiorentina.

Ataque

O ataque da Itália tem alguns jogadores rápidos e habilidosos, mas nenhum grande destaque mundial. Os titulares são Graziano Pellè, atacante do Southampton, e o brasileiro naturalizado italiano Éder, que joga na Internazionale de Milão. Insigne, da Lazio e Immobile, do Torino e Zaza, do Juventus, são três atacantes medianos. Por último, Stephan El-Shaarawy é um jovem atacante conhecido como "Pequeno Faraó". Apesar de habilidoso, ele geralmente não é titular pois não participa tanto sem a bola. Será usado mais como opção para o segundo tempo.

Estilo de Jogo

Considerando a quantidade de pessoas no time italiano com envolvimento na Juventus pentacampeã da Itália, não é surpreendente que o time use a mesma formação do clube. Na verdade, foi Antonio Conte que implementou o atual esquema juventino, e que formou as bases do time, que hoje é treinado por Allegri. Por isso, Conte reaproveitou muito do trabalho já realizado no clube italiano ao assumir a seleção.

O esquema, na contramão da tendência atual, é um 3-5-2 que, em muitos momentos do jogo se torna um 5-3-2, com o recuo dos alas. Com isso, a Itália não tem medo do estereótipo de time defensivo, e é capaz de passar longos períodos do jogo recuada, bloqueando as chances do adversário. O trio do meio-campo se movimenta muito lateralmente para apertar o lado onde está a bola. O time também pode se tornar um 4-4-2 quando um ala pega o lateral adversário, e com isso o trio de zaga se move para cobrir o espaço, com o recuo do ala do lado oposto.

A rota do gol é direta. Geralmente os zagueiros têm espaço para fazer o lançamento para os atacantes, que devem procurar o gol imediatamente. Em especial, Bonucci e Barzagli são muito bons lançadores que sabem encontrar os atacantes em boas posições. A Itália também gera dificuldades na marcação adversária quando avança os dois alas, se posicionando em um 3-3-4. Nesse momento, o time adversário fica sem sobra.

A grande diferença desse time para a Juventus, ou mesmo a Itália de algum tempo atrás, é a ausência de Pirlo no meio-campo. Com ele, o time tinha um pensador, capaz de alternar inteligentemente entre passes curtos e longos. Sem ele, o meio-campo italiano fica muito mais funcional, confiando na disposição tática e energia de seus jogadores, mais do que na técnica propriamente.

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