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terça-feira, 9 de abril de 2013

Borussia Dortmund 3 x 2 Malága - UCL

No confronto mais equilibrado das quartas-de-final da Champions League, o Dortmund conseguiu a vaga nas semi-finais graça a dois gols nos acréscimos do segundo tempo. O Málaga, apesar de muitos erros defensivos, estava passando até o fim do tempo regulamentar, tendo conseguido dois gols na casa do adversário. Destaques no jogo incluem os brasileiros Julio Baptista, do lado espanhol, e Felipe Santana, autor do gol da vitória dos alemães.




Aquecimento

Manuel Pellegrini, o chileno que conseguiu colocar um estreante nas quartas de final, repetindo seu próprio feito com o Villareal de Riquelme da temporada 05-06, teve uma semana atribulada, tendo viajado ao Chile para enterrar o pai. Para o jogo, Sergio Sanchez foi escolhido para substituir o capitão brasileiro Weligton ao lado de Demichelis. Gamez, pela direita e Antunes, pela esquerda, somaram-se ao goleiro Willy Caballero para completar a defesa. A frente da defesa, o francês Toulalan recebeu a companhia de Camacho, já que o titular Iturra recebeu o terceiro amarelo na partida de ida. O quarteto de ataque foi composto por Isco, Duda, Julio Baptista e Joaquin.

O Dortmund, de Jupp Heynckes, veio com basicamente o mesmo time do primeiro jogo, apenas trocando o primeiro volante Kehl pelo titular Bender e Blaszczykowski entrou no lugar de Grosskreutz. Felipe Santana continuou como titular, com Matts Hummels voltando de lesão e ficando no banco. Assim, o time alemão foi a campo com Weidenfeller, Piszczek, Santana, Subotic, Schmelzer; Gündogan, Bender; Reus, Götze, Blaszczykowski ; Lewandowski.

Nenhum time queria a bola, e quem menos a teve abriu o placar.

O jogo começou com o Málaga pressionando a saída de bola do Dortmund, e vice-versa. Entretanto, após dez minutos de bola rolando, um ritmo bem definido se estabeleceu. Os zagueiros do Dortmund tocavam a bola entre eles por longos períodos de tempo. Felipe Santana, Subotic e Schmelzer demoravam com a bola no pé. Enquanto isso, o time espanhol armava duas linhas de quatro, com Júlio Baptista e Joaquin pouco pressionando os zagueiros, em vez disso tentando evitar passes para os meio-campistas alemães.

O Borussia Dortmund tinha plena consciência que cada gol do Málaga poderia colocá-los em situação extremamente difícil, por isso era bem cauteloso com sua posse de bola. Ao contrário dos outros confrontos das quartas, esse era o único em que ambos os times tinham, em média, menos posse de bola que seus adversários. O time alemão gosta de pegar os times adversários na sua transição ofensiva, explorando os espaços deixados com toque rápidos. O time espanhol, acostumado a sentar atrás e sair nos contra-ataques mais "tradicionais", fez exatamente isso. Bem verdade que, nas poucas vezes em que o time alemão chegava, a defesa do Málaga vacilava e dava espaços, repetindo o primeiro jogo. Em uma oportunidade Lewandowski quase fez um golaço por cobertura.

Como o Dortmund avançava pouco e não aproveitava suas chances, o Málaga foi mais letal. Após recuperada de bola, Júlio Baptista lançou Joaquin, que tentou o passe mas a bola bateu e voltou. Ele driblou e chutou de fora da área, abrindo o placar do jogo. Com isso, o Dortmund precisava fazer dois gols pra avançar de fase. A partir daí, o time espanhol ousou pressionar fortemente a saída de bola alemã e conseguiu rondar um pouco mais a área adversária.

Nesse momento que o Dortmund teve a brecha que queria. Após desarmar a jogada dos espanhóis, o time alemão engatou uma sequência rápida de passe que culminou com o toque de letra de Reus para Lewandowski, que driblou o goleiro e marcou o gol do empate. Isso foi aos 39 minutos do primeiro tempo. Aproveitando o momento do jogo e querendo a virada, o Dortmund arriscou mais e pressionou o Málaga no seu campo, fazendo o time espanhol recolher as linhas e esperar o fim do primeiro tempo, que logo terminou, com o empate no placar, dando a vaga nas semifinais para o Málaga.

Dortmund novamente consagra o goleiro Willy

O segundo tempo começou praticamente da mesma forma que o primeiro, com o Málaga recuado, agora com a vantagem do placar agregado, e o Dortmund tocando a bola na defesa, com medo de levar outro gol como no primeiro tempo. Logo aos 3 minutos do segundo tempo, o Málaga chegou com uma cabeçada de Joaquin defendida a là Gordon Banks pelo goleiro alemão Weidenfeller.

Acuado pelo placar desfavorável, mas com medo de levar o segundo gol, o Dortmund demorou a crescer no jogo e pressionar. Quando chegava, entretanto, a última linha de defesa espanhola deixava muitos buracos, e várias vezes o goleiro Willy foi forçado a fazer defesas, algumas milagrosas, como nos chutes de Reus, após passe de Piszczek, e de Gotze. Por pouco o Dortmund não encontrou o gol da virada.

Se, novamente, o Dortmund não conseguia passar pelo goleiro espanhol, ao Málaga tudo parecia conspirar a favor. Em nova jogada de Júlio Baptista, que tirou do goleiro e deixou Eliseu livre para empurrar para o gol vazio. O brasileiro fazia grande partida no plano tático. Isso porque o time espanhol aproveitava seu porte físico para servir de referência, o que ele conseguia fazer eficientemente, arranjando faltas ao redor da área e segurando a bola para trazer os companheiros de ataque para participar da jogada. Com o 2 a 1 no placar faltando 10 minutos para o fim do jogo, os donos da casa precisavam de 2 gols para se classificarem.

Júlio Baptista foi imediatamente trocado por Roque Santa Cruz - o brasileiro há muito tempo não joga 90 minutos de uma partida. Jupp Heynckes já tinha colocado o atacante Schieber no lugar de Blaszczykowski, com Lewandowski jogando como um segundo atacante, Reus pela direita e Gotze pela esquerda. O atacante polonês era muito participativo no jogo, e sua qualidade fora da grande área realmente se mostrou aqui. Com o segundo gol do Málaga, o técnico alemão fez sua última substituição: Saiu Gundogan, um meio-campista, e entrou Matts Hummels, um zagueiro.

Apesar da mudança aparentemente defensiva, o time se postou completamente no ataque. Felipe Santana se tornou um centroavante ao lado de Scheiber, com Lewandowski ora se juntando a eles, ora armando as jogadas. Na base do abafa, em duas jogadas similares, o Dortmund encontrou os gols que precisava. Duas bolas bolas levantadas na área: A primeira por Hummels, que acabara de entrar, e a segunda por Lewandowski, que mesmo com seus 1.84 teve a liberdade de sair da área para cruzar. Ambas as bolas terminaram por encontrar o gol adversário, a primeira com Reus e a segunda com o zagueiro-atacante Felipe Santana, que já havia marcado nas oitavas de final.


O sonho do Málaga acaba em quatro minutos, e os alemães se classificam na raça.

Até os 90 minutos de jogo, Manuel Pellegrini parecia ter encontrado um motivo para sorrir ao fim de uma semana terrível. Sua tática de esperar o jogo e usar Júlio Baptista como homem mais avançado parecia ter dado certo. Mas Jupp Heynckes fez valer seus recursos e transformou Felipe Santana em atacante, ao mesmo tempo que deu liberdade para Lewandowski. A defesa do Málaga, que em nenhum momento do jogo pareceu sólida, a parte do goleiro, finalmente sucumbiu a força bruta da quantidade de atacantes e as bolas alçadas na área. Como dizem os narradores, é por isso que a gente ama o futebol.









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