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quarta-feira, 13 de março de 2013

Bayern Munich 0 x 2 Arsenal - Liga dos Campeões

Uma partida estranha. Nenhum dos dois times pareceu jogar acreditando que o resultado do primeiro jogo pudesse ser modificado. Bayern dominou as ações, mas faltou uma coletividade maior e frieza para finalizar. Arsenal, apesar do gol, não pressionou em busca do resultado até o fim da partida e encontrou dois gols. A regra do gol fora de casa foi crucial para essa situação.



Aquecimento

Arsene Wenger vive sua pior temporada no comando do time inglês, talvez a última. Após o jogo de ida, ele conseguiu perder o clássico londrino contra o Tottenham, o que provavelmente resultará na primeira vez, desde que o francês assumiu o comando do Arsenal, que o rival ficará a frente do seu time na tabela. Para esse jogo, escalou Giroud e Walcott no ataque, com Lukas Podolski impedido de jogar devido a uma lesão no tornozelo. Santi Cazorla completou o trio de atacantes. Rosicky ganhou a vaga de Wilshere, também lesionado. Arteta e Ramsey formaram a dupla de volantes. Jenkinson, Koscielny, Mertesacker e Gibbs formaram a linha defensiva. Vermaelen, que jogou na lateral esquerda no primeiro jogo, ficou no banco. O goleiro foi Fabianski, com o normalmente titular Szczesny descansando de uma exaustão mental, de acordo com o técnico.

Jupp Heynckes tinha dois problemas, com dois titulares absolutos do time. Ribery, machucado, e Schweinsteiger, suspenso desfalcaram o time nessa partida de volta. Luiz Gustavo e Robben foram os substitutos. O resto do time manteve-se o mesmo: Neuer, Lahm, Van Buyten, Dante e Alaba, Javi Martinez, Toni Kroos, Muller e Mandzukic.

Para entender o jogo, é importante compreender o significado do placar de 3 a 1 conseguido pelo Bayern na partida na Inglaterra. O Arsenal precisava marcar pelo menos três gols para avançar. Fazer dois gols e não levar nenhum, faria o time ser eliminado. Sofrer um gol não mudaria tanto a quantidade de gols que eles precisavam marcar.

Arsenal faz um gol cedo, mas é dominada pelo Bayern no resto do jogo.

Antes que o Bayern pudesse impor seu ritmo de passe, e com o time bávaro parecendo especialmente preguiçoso nesse jogo. O time do Arsenal encontrou o seu gol numa boa sequência de passes que curto-circuitou a pressão adversária e a última linha desprevenida. A bola chegou a Theo Walcott no lado direito, que cruzou para o gol de Giroud. No primeiro jogo, Walcott fora escalado como centroavante, mas quando Giroud entrou naquela partida imediatamente a combinação entre os dois jogadores forçou uma defesa a queima roupa de Neuer. Portanto, pareceu uma boa opção escalá-los juntos desde o início aqui.

Entretanto, apesar de ganhar esse presente tão cedo no jogo, o Arsenal não teve a fome de pressionar e buscar o resultado. Logo o meio-campo do Bayern impôs seu ritmo, e a marcação pressão não deixou mais o Arsenal repetir a sequência que gerou o primeiro gol. Assim como no primeiro jogo. Kroos avançava como um segundo atacante, se alinhando a Mandzukic na marcação aos zagueiros ingleses. Javi Martinez também avançava bastante para destruir jogadas no campo de ataque. Apenas Luiz Gustavo guardava um pouco mais de posição.

De fato, o brasileiro tinha a função de guardar melhor o lado esquerdo da defesa alemã. Tanto pela ameaça apresentada por Walcott, quanto pela indisciplina tática de Arjen Robben. O holandês, que começou jogando pela esquerda, rodou o campo inteiro, mas nem sempre de forma coordenada com seus companheiros. Muitas vezes ele se sobrepôs a Thomas Muller, inclusive fazendo as mesmas corridas em contra-ataque. Com isso, muitas vezes o lado esquerdo ficava exposto, e cabia ao brasileiro fazer a cobertura por ali. Ainda assim, o Bayern jogou com displicência, arriscando chutes de fora da área sem trabalhar tanto a bola. Robben, muitas vezes com a opção de trabalhar mais a bola, mostrou uma individualidade muito forte nesse jogo, e quando teve a oportunidade de fazer o seu, parou no goleiro adversário. Por essas e por outras, o time alemão dominava a posse e era melhor no jogo, mas não conseguiu seu gol na partida.

Arsenal consegue ainda um segundo gol, mas não é o suficiente.

Quando o jogo parecia se encaminhar para o fim, com nenhuma das duas equipes querendo se esforçar muito para mudar o placar, o Arsenal aumentou o ritmo um pouco e conseguiu um gol de cabeça. Aos 25 minutos do segundo tempo. Wenger tirou Walcott e Ramsey e colocou Gervinho e Oxlade-Chamberlain. Os substitutos foram jogar nas pontas, com Rosicky e Cazorla no meio com Arteta atrás. Em resposta, Heynckes colocou Tymoschuk, meia defensivo, no lugar de Kroos e Mario Gomez no lugar de Mandzukic.

O Arsenal melhorou, mas pouco, em dado momento, conseguiu finalmente encaixar outra sequência de passes que resultou com Gervinho tendo uma oportunidade de outro para fazer o segundo gol. Com a displicência de Robben, que não aproveitou ótimo contra-ataque, o time inglês parecia ter uma sorte que não merecia. E essa sensação só se reforçou quando aos 39 minutos, Koscielny fez o segundo para os Gunners. Apesar de terem sido dominados a partida inteira, o time inglês vencia por dois gols e ficava a um da classificação. No fim, apesar de ameaçar uma pressão, o Bayern conseguiu manter calmo e segurar a bola, esperando o jogo acabar.

Bayern - sem displicência - é um dos favoritos a Europa.
Em um jogo em que ninguém teve a fome que se esperava, o Bayern quase pagou por ter jogado para administrar uma vantagem. O Arsenal não buscou criar muito durante o jogo, mas quando o fez conseguiu dois gols, ameaçando seriamente o time alemão. Jupp Heynckes deve ter ligado o alerta para futuras exibições com esse nível de intensidade, ainda mais com a grande exibição do Barcelona na noite de ontem. Absoluto no campeonato alemão, o time deve resgatar o espirito do primeiro jogo para ser campeão da Europa.

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