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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Barcelona 1 x 1 PSG - UCL

Com dois empates, Barcelona elimina o PSG no critério de gols marcados fora de casa. Ainda assim, o novo-rico PSG deu trabalho ao gigante espanhol. Victor Valdès trabalhou muito mais que Sirigu, e mostrou que não é peça decorativa no Barcelona. Sem Messi em campo, o time francês criou mais e melhor, mesmo sem a posse de bola. Com Messi, encontrou rapidamente o gol da classificação.


Aquecimento

A grande notícia e esperança francesa estava na ausência de Lionel Messi dos 11 iniciais do Barcelona. Talvez melhor fosse a ausência de inúmeros zagueiros do lado espanhol, com Adriano, lateral-esquerdo polivalente brasileiro, tendo de jogar ao lado de Piqué. Com isso, Tito Vilanova escalou: Valdès; Alves, Piqué, Adriano e Alba; Busquets, Xavi, Iniesta; Pedro, Fábregas e Villa. Messi começou no banco, com a promessa de ser utilizado "se necessário for".

Carlo Ancelloti, por sua vez, manteve quase todo o time do primeiro jogo, mudando apenas a dupla de meio campistas. Beckham e Matuidi foram substituídos por Thiago Motta e Marco Verrati - "italianos". Isso porque o energético meio campista francês Matuidi estava suspenso. Beckham foi opção para o banco. De resto, o time foi igual. Sirigu no gol; Maxwell, Thiago Silva, Alex e Jallet na linha defensiva. Na frente, o quarteto habitual. Pastore, Lucas, Lavezzi e Ibrahimovic. Com isso, o técnico italiano manteve sua filosofia de escalar jogadores criativos de forma altamente disciplinada no nível tático.


Ibrahimovic passador, e Valdés sua a camisa.

O padrão tático das equipes foi quase o mesmo do jogo de ida. O PSG se estabeleceu em um 4-4-2 em linha, com Lucas fechando pelo lado direito, e Pastore pelo lado esquerdo. Na frente Lavezzi e Ibrahimovic. O argentino fez um trabalho tático impressionante. Sem a bola, ele ocupava Sergio Busquets e ajudava a batalha do meio campo. Com a bola, ele corria e passava a frente de Ibrahimovic, atraindo a marcação e criando inúmeros buracos na defesa azul-grená.

O PSG assistia o Barcelona tocar a bola de um lado para o outro, mas executava seu plano de contra-ataque perfeitamente. Marco Verrati fazia lançamentos precisos que contornavam a marcação pressão do adversário, normalmente aproveitando o porte de Ibrahimovic, que dominava os combates aéreos. O sueco por sua vez, atraía a marcação - especialmente do atabalhoado Adriano - e esperava as corridas dos seus três companheiros aproveitando os espaços. Com essa estratégia, Ibrahimovic serviu todos os seus companheiros de ataque, que tiveram a chance de abrir o placar, mas pararam em Victor Valdés, melhor jogador do Barcelona no primeiro tempo.

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É notável como Lucas se tornou titular em tão pouco tempo nesse time estrelado do PSG. Enquanto alguns brasileiros nos últimos tempos conseguiram transferências para lugares obscuros do futebol e/ou amargaram a reserva no exterior, o ex-são paulino foi capaz de manter todas as suas características e ocupa hoje um lugar de destaque no futebol europeu. Da geração sub-20 que ganhou o SulAmericano e o Mundial há alguns anos, temos Oscar no Chelsea - artilheiro do time na breve passagem pela Liga dos Campeões este ano - e até Phillipe Coutinho hoje é titular e destaque do Liverpool. Enquanto isso, a estrela da seleção brasileira se recusa a sair da sua zona de conforto e evoluir.
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Pelo lado do Barcelona, a característica tática dominante era a tendência de concentrar as jogadas pelo lado esquerdo do ataque, com Iniesta, Pedro e Fábregas caindo por ali. Essa movimentação abria o corredor do lado oposto para Daniel Alves, que sempre tinha espaço para receber a bola em condições de cruzar. Ancelotti instruiu Pastore a se juntar a dupla de meio campo, e não se preocupar com o brasileiro até o momento em que ele recebesse a bola. Portanto, o lateral direito tinha muito mais espaço, e menos companhia, que Jordi Alba do lado oposto, que era mais cautelosos com suas subidas.

Ao fim do primeiro tempo, o PSG tinha criado muito mais que o Barcelona, mas não conseguiu tirar o zero do placar. As câmeras mostravam Messi com as pernas inquietas no banco. De qualquer forma, o 0 a 0 favorecia o Barcelona, que ia ficando com a vaga.

PSG abre o placar, e Barcelona apela para Messi

O jogou recomeçou da mesma forma, e da mesma forma o time da capital francesa logo chegou na cara de Victor Valdés. Aos quatro minutos do segundo tempo. Verrati lançou a Ibrahimovic, que recebeu de costas, acossado por Adriano, deu a Pastore e recebeu de volta, dessa vez de frente pro gol. Pastore correu entre Piqué e Daniel Alves, que voltava do ataque. Ibrahimovic passou ao argentino, que dessa vez não desperdiçou e abriu o placar. O gol ia dando a vaga ao time de Paris.

O time do Barcelona teve de se lançar ao ataque. Fábregas se esforçava e rodava o campo inteiro. Os problemas já descritos no jogo contra o Milan - superposição com Iniesta - fizeram com que o camisa 4 saísse mais do lado esquerdo, tentando receber a bola entre as linhas e pelo lado direito, mas com pouco efeito. Iniesta, pela esquerda, era o mais perigoso. A troca de posição constante entre Pedro e Iniesta causava alguns problemas a defesa do Saint-Germain, mas Alex compensava, fazendo grande partida. Visivelmente era hora do melhor jogador do mundo entrar em campo, mesmo que não estivesse 100%.

Logo Vilanova tirou Fábregas e colocou Messi. Ao mesmo tempo, e quase tão decisivo quanto, Adriano, tendo péssima jornada na defesa, se machucou e Bartra entrou em seu lugar. Messi foi jogar como o camisa 10 de fato e de direito, atrás de David Villa, que se posicionava sempre entre Maxwell e Thiago Silva. Pedro e Iniesta se reservavam na ponta esquerda, com o primeiro tendo mais encargos defensivos que o segundo, recuando mais para ajudar alba. o lado direito era dominado por Daniel Alves, com Xavi caindo por ali, ocasionalmente.

Com o melhor do mundo em campo, o Barcelona logo chegou ao seu gol. Marcado pelos dois homens de meio campo do PSG, ele serviu Villa, que fez a parede e rolou pra trás para Pedro, livre, chutar e vencer Salvatore Sirigu. Gol de empate e, até ali, da classificação. Em seguida, o jogo ficou morno, Messi não se sentia completamente bem - #depois do jogo ele voltou a sentir dores e será poupado até o jogo da semifinal. Bom que a defesa do Barcelona pareceu mais sólida após a saída de Adriano. Bartra não saía tanto para atrás do atacante, e Busquets recuava para formar uma parede cinco contra os quatro homens de ataque do PSG.

Ancelotti ainda trocou o cansado, e amarelado, Lavezzi por Gameiro, e Verrati por Beckham, em busca de uma bola parada. Vilanova tirou Villa e colocou Song, um volante. Nos minutos finais, Alex virou atacante, mas o PSG não repetiu o Dortmund e não chegou ao gol. Vaga nas semifinais para o time espanhol.

PSG não perde do Barcelona e mostra a força do dinheiro árabe

Enquanto não tem nem perto da tradição do time espanhol, o PSG mostra o que o dinheiro pode construir no futebol, pelo menos enquanto o pente fino do fair play financeiro imposto pela UEFA não o atingir. Com jogadores de nível internacional em todos os setores, e um técnico experimentado e calejado - já campeão da Liga pelo Milan - o time francês desafiou o Barcelona de igual pra igual, e não perdeu. A fase do Barcelona não é das melhores, e a Messi-Dependência ficou ainda mais evidente. Para a sequência da Liga dos Campeões, fica a dúvida da forma física do astro do time, que é determinante nos resultados do time. Com ele, o time é favorito a tudo que disputa. Sem ele, não é melhor que Bayern e Real.




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