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terça-feira, 11 de março de 2014

Atlético de Madrid 4 x 1 Milan - Liga dos Campeões

Os madrilenhos derrotam os milaneses, indo as quartas de final da UCL após 17 anos. Milan jogou bem no primeiro tempo, mas levou gols quando era melhor. No segundo, foi completamente dominado pelo Atlético após substituição ofensiva de Seedorf. Diego Costa o nome do jogo.



Aquecimento

Derrotado em casa por 1 a 0, o Milan precisava ir ao estádio Vicente Calderón e derrotar os anfitriões, uma missão nada fácil. Seedorf poupou Kaká no meio de semana visando este jogo, e foi derrotado pela Udinese por 1 a 0. Na décima posição do campeonato italiano, os rubro-negros correm sério risco de ficar fora de competições europeias no próximo ano.

O Atlético vive um ano melhor. Apenas três pontos atrás do Real Madrid no Espanhol - ainda se considerarmos que ele terminou o primeiro turno empatado na liderança com o Barcelona. O time vive uma de suas melhores temporadas. O técnico Diego Simeone é um ex-jogador argentino que passou pelo clube e é o grande símbolo da garra do time.

Seedorf escalou os jovens Taarabt e Poli, com Robinho no banco. Nas laterais Abate e Emanuelson começaram. Rami e Bonera formaram a dupla de zaga. Na frente, a dupla Kaká e Balotelli representava a grande esperança do time. O argentino Simeone mandou a campo o seu onze titular, sem desfalques. Raul Garcia começou e Villa ficou no banco.

Diego Costa

Bem o jogo começou, e o Atlético tratou de pressionar a saída do Milan. Gabi roubou a bola de Essien, carregou para o meio, passou para Koke, que cruzou no segundo pau. Diego Costa fez um bonito movimento para colocar a bola pra dentro do gol de Abbiati. Com três minutos de jogo, o Atlético dobrava sua vantagem.

O brasileiro naturalizado espanhol manteve o pique durante todo o jogo, mostrando como se sente a vontade no esquema de Simeone, forte contraste com seu desempenho ainda tímido pela Espanha. Logo após o gol, ele ainda puxou dois contra-ataques perigosos, descolando um cartão amarelo para Rami. O padrão continuou durante todo o jogo: Atlético de Madrid com as linhas recolhidas, uma roubada e bola lançada nele. No inicio do segundo tempo, ele deixou Gabi de frente com Abbiati. O espanhol apenas acertou a trave.

Além da corrida em contra-ataque, Diego também demonstrou outra jogada caracteristica. A presença aérea para matar lançamentos longos, deixando a bola limpa para os companheiros. Evidente no lance do segundo gol, é um ponto forte do Atlético de Madrid. Nesse lance, Turan recebeu de frente para o gol a bola matada no peito por Costa e marcou contando com desvio. Geralmente quem recebe a bola é Raul Garcia, em movimento semelhante ao praticado por Fred e Neymar na final da Copa das Confederações.

O primeiro tempo do Milan

Kaká e Balotelli trocando posições.Apoio dos laterais
e Diego Costa puxando os contra-ataques.
Tendo sofrido o primeiro gol muito cedo, ao Milan não restaram alternativas senão a de buscar o gol. E time italiano até que não decepcionou seu torcedor no primeiro tempo. Alinhado em um 4-4-1-1 com uma linha formada, da esquerda pra direita, por Essien, De Jong, Poli e Taarabt, e Kaká atrás de Balotelli, o time conseguiu boas sequências com a bola.

Com a bola, Essien fechava pelo meio, abrindo o corredor para Emanuelson. Poli alinhava a Kaká e aparecia como elemento surpresa na ponta direita. Por ali também caia Taarabt e Abate. Os italianos não se desesparavam e tocavam bem a bola, rodando-a de um lado ao outro. O Atlético recolhia suas linhas em busca do contra-ataque, formando um padrão de jogo ao qual ambos os times estão acostumados.

A dupla ofensiva Kaká e Balotelli combinou bem. O italiano é uma máquina, que, semelhante ao trabalho de Diego Costa, sabe como arrastar os zagueiros adversários fora de suas posições, criando espaços para os companheiros. O brasileiro soube aproveitar bem esses espaços. Em especial no momento do gol, Balotelli saiu da área, seguido de perto por Miranda. Com um toque na bola ele encontrou Poli na direita, que cruzou na medida para Kaká, que aparecia no segundo pau. O brasileiro ainda continuou bem no jogo, tendo a chance da virada em uma cabeçada após cobrança de escanteio.

Quando o Milan era melhor e levava perigo, o Atlético fez o segundo gol com Arda Turan, aos 37. Um balde de água fria para os torcedores rossoneri.

Seedorf mexe e o Atlético domina.

No intervalo, Seedorf tirou Taarabt e colocou Robinho. Fazia sentido, o Milan precisava de dois gols e o brasileiro poderia dar um gás no ataque italiano. Essien saiu da esquerda para jogar como volante pela direita, e Poli foi pra esquerda. O trio da frente tinha total liberdade. Não funcionou.

Felipe Luis sem adversário direto. Milan pressionado
sem a colaboração do trio de ataque.
Na prática, a substituição criou um buraco no lado direito do Milan. Sem Taarabt e com Robinho flutuando no ataque, Felipe Luis não tinha adversário direto e podia avançar livre. Essien abria pela direita para acompanhar, naturalmente criando uma série de espaços que foram seguidamente aproveitados pelo Atlético de Madrid, que dominou a posse de bola no segundo tempo.

Os melhores momentos de Robinho só foram acontecer na marca de 20 minutos do segundo tempo, quando forçou o goleiro Courtois a uma boa defesa mesmo chutando sem ângulo. Logo depois, chutou de longe para fora. Já no final do jogo, com o placar marcando 4 a 1, ele ainda acertaria uma bola na trave.

Cercando a área do Milan como se fossem eles que precisassem do gol, o Atlético chegou ao terceiro gol após uma mão na bola de Bonera. Na cobrança de falta, Koke colocou na cabeça de Raul Garcia, que testou para a rede. Foi a segunda assistência dele no jogo. Toda a esperança milanesa nesse momento se acabou. A vontade, o Atlético ainda chegou ao quarto gol com Diego Costa.

Conclusão

O Atlético de Madrid demonstrou sua superioridade contra um adversário de tradição, ainda que não no seu melhor momento. A capacidade de alternar a marcação pressão com o recolhimento das linhas em busca do contra-ataque mostra que é um time muito bem treinado e maduro. Um time que permite a Diego Costa demonstrar todo o seu repertório de jogadas, colocando-o como um dos melhores jogadores da temporada, mesmo que ainda precise encontrar seu jogo na seleção espanhola.

O Milan mergulha na crise. Fica o primeiro tempo de um exemplo a ser seguido. A posse de bola e a troca de passes com jogadores qualificados mostram uma luz no fim do túnel. Seedorf terá muito trabalho na reconstrução do time, que passa por uma fase dificil mesmo dentro da Itália - que também passa por uma crise econômica. Kaká mostrou que ainda tem algo a dar ao time, ainda que não à Seleção.

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