Três zagueiros.
Essa Copa do Mundo viu vários times jogarem com três zagueiros. Esse sistema era considerado por alguns obsoleto, mas ressurgiu nesse mundial. Ambos os times jogavam no 3-5-2, e estavam invictos no campeonato. Com o encaixe do sistema, vários confrontos individuais se desenhavam em campo, com vantagem para as defesas, que mantinham um homem na sobra. Como ambos os times não gostam de ter a bola nos pés, a expectativa era ver quem tomaria a iniciativa.
Estilo da Holanda
A Holanda-2014 gosta de jogar sem a bola. Contra Chile e Espanha, encontrou dois times que pregam como filosofia a posse de bola, e não se incomodou em apostar em contra-ataques para ganhar, e bem, dos dois times. Apesar de não ter a bola, não é uma retranca convencional, pois a Holanda avança bastante sua linha defensiva, diminuindo o espaço que o adversário tem para criar jogadas. Além disso, a pressão no meio-campo adversário é muito forte, muitas vezes com marcação homem a homem. Não era raro ver um zagueiro seguindo seu atacante até o meio-campo, quando este voltava para buscar o jogo. Por isso, apesar de não ter a bola, a Holanda não é uma retranca.
México domina o primeiro tempo.
Sabendo que a Holanda se alimenta de espaços na defesa, o México foi cauteloso, e não apostou em ter a posse de bola. Ao invés disso, manteve a linha relativamente recuada, sem dar espaço para a Holanda. O fato de Blind ter jogado como primeiro volante também evitou que ele pudesse fazer os cruzamentos que fez no primeiro jogo, quando foi destaque. Mais do que conter a Holanda, entretanto, o México criou as melhores oportunidades. Guardado e Herrera escapavam da pressão holandesa e conseguiam criar boas oportunidades. No intervalo, o México tinha criado 6 chances de gol contra apenas uma da Holanda.
Chutes a gol da Holanda no primeiro tempo: 1. México conseguiu 6. |
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Guardado acertou todos os seus passes no primeiro tempo. |
Holanda no 4-3-3.
Se em 6 chutes a gol no primeiro tempo o México não conseguiu abrir o placar, bastou um no segundo tempo. Dos Santos fez aos 2 minutos, chutando de fora da área. Quase imediatamente, o técnico Van Gaal mexeu na estrutura da equipe. Tirou o ala direito Verhaegh e colocou o Depay. Kuyt saiu da ala-esquerda e virou lateral direito, com Indi fazendo a lateral esquerda. Na frente, Depay foi jogar na ponta-esquerda, e Robben na ponta-direita, sua posição favorita. Assim, o time europeu se reorganizou em um 4-3-3. O México recuou, tentando evitar dar mais espaços para o adversário. Saiu Giovanni dos Santos, autor do gol, e entrou Aquino, que compôs mais o meio pela direita.
Robben
Repetidas vezes Robben conseguiu partir com a bola dominada pela direita, em sua jogada caracteristica. Duas vezes serviu Sneijder, sem que o companheiro conseguisse um bom chute. Uma terceira vez ele puxou pra direita, mas parou no bom goleiro Ochoa, de poucas mas importantes defesas na partida. Com, ele a pressão holandesa era incrivelmente perigosa. Huntelaar substituiu Van Persie cansado como seu companheiro de ataque. A partir desse momento, a Holanda tentava o gol, mas batia no bloqueio
mexicano.
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Jogando na ponta-esquerda no segundo tempo, Robben foi muito efetivo, criando três chances e driblando cinco marcadores. |
Kuyt.
O atacante holandês jogou de ala-esquerdo na maior parte do jogo, como já tinha feito contra o chile. Blind, que jogou de ala no primeiro jogo contra a Espanha, dessa vez foi primeiro zagueiro pela esquerda, e depois primeiro volante, quando De Jong se machucou. O atacante é um jogador útil, capaz de se sacrificar em qualquer posição que o técnico peça. No segundo tempo, quando Van Gaal mudou o time, ele foi jogar de lateral direito, em uma linha de quatro. Por últimos, nos quinze minutos finais do abafa, ele se tornou mais um no ataque.
A virada.
Mesmo com toda a pressão holandesa, o gol de empate só chegou aos 43 minutos do segundo tempo, quando Huntelaar desviou de cabeça para trás, Sneijder recebeu sozinho e soltou a bomba, vencendo finalmente a boa defesa mexicana e seu goleiro, que nada pôde fazer. Quando parecia que o jogo ia para a prorrogação, Sneijder entrou novamente driblando pela ponta-direita, e depois de passar por um mexicano, foi tocado por Rafa Marquez, deu aquela valorizada e conseguiu o pênalti. Huntelaar bateu e guardou. Por cinco minutos os mexicanos perderam a vaga nas quartas. Sentimento similar ao que fizeram com o Panamá nas eliminatórias da CONCACAF.
Holanda chutou 12 vezes a gol no segundo tempo, enquanto no primeiro só teve um. |
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