Aquecimento
Na primeira partida das quartas de final, o Chelsea foi a França e voltou pra casa com uma derrota por 3 a 1. Uma atuação desastrosa, que levou Mourinho a criticar duramente seus comandados em entrevista coletiva. Destaque do jogo para o terceiro gol, de Pastore, já nos acréscimos e que passou por toda a defesa do Chelsea. Nesse jogo, Mourinho escalou Schürrle como centroavante, na ausência de Eto'o. O PSG saiu vitorioso, mas perdeu seu melhor jogador. Ibrahimovic saiu lesionado, sendo substituído por Lucas.
PSG preparardo para o contra ataque com Lucas e Lavezzi. Oscar caindo pela esquerda e Schürrle atrás de Eto'o |
Laurent Blanc manteve praticamente o mesmo time, com o único desfalque de Ibrahimovic, ele escalou o trio de ataque composto por Lucas, Lavezzi e Cavani, que jogou em sua posição preferida de centroavante. Na lateral direita Jallet jogou porque o titular Van der Wiel está machucado.
PSG armado para contra-atacar
Com Lucas e Lavezzi no time, o PSG tinha um plano de jogo muito claro: atrair o Chelsea ao ataque para roubar bolas na intermediária, acelerar e tentar o gol. Quando defendia, Lavezzi e Lucas alinhavam-se com os meias centrais, atentos aos laterais adversários. Matuidi e Verrati tentavam pressionar David Luiz e Lampard. Cavani também voltava para cercar David Luiz, inclusive recebeu um cartão amarelo por retardar uma falta cobrada pelo brasileiro.
A estratégia funcionou na primeira metade do primeiro tempo. Lucas e Lavezzi interceptaram boas bolas na intermediária, e combinaram para contra-atacar, sem resultado. Lavezzi se movimentava saindo da ponta-esquerda e vindo para o meio, sobrecarregando a marcação na saída de bola adversária.
Chelsea fura o bloqueio
Aos 17 minutos do primeiro tempo Hazard se machucou e Schürrle entrou no seu lugar. Oscar foi jogar no lado esquerdo e o alemão ficou atrás de Eto'o. Oscar conseguiu boas jogadas pela ponta, conseguindo faltas que ajudaram a aumentar a pressão do Chelsea. O time francês se defendia bem, e por isso o Chelsea arriscava muito de fora da área, em lances com Eto'o e David Luiz. O brasileiro aparecia na frente, alternando as subidas com Lampard. Em uma dessas subidas, em jogada ensaiada, Ivanovic cobrou lateral, David Luiz desviou de cabeça e a bola ficou com Schürrle, que abriu o placar. O Chelsea aproveitou o momento e aumentou a pressão. O PSG se retraiu mais e somente no final do primeiro tempo conseguiu passar algum tempo tocando bola entre seus meio-campistas.
No segundo tempo, o ritmo continuou o mesmo, com o time inglês dominando as ações. Schürrle e Oscar acertaram o travessão do PSG em lances seguidos. Laurent Blanc então tirou Verrati, que tinha amarelo, e colocou o francês Yohan Cabayé. O técnico liberou Cavani da tarefa de cercar David Luiz, e deu liberdade a Matuidi para aparecer na frente como elemento surpresa. O movimento surtiu efeito, e o francês apareceu com perigo em dois lances pela esquerda, descolando um amarelo para Ivanovic. O PSG desafogava um pouco a pressão, atacando o adversário.
Mourinho e Blanc fazem substituições opostas.
Mourinho fez a primeira substituição corajosa. Tirou Frank Lampard e colocou o centroavante Demba Ba no jogo. O Chelsea tinha agora uma dupla de atacantes, com três meias atrás, em um 4-1-3-2. David Luiz era o encarregado de fazer a transição da defesa para o ataque e parar contra-ataques, o que ele fez com maestria, efetivamente dominando o meio-campo da partida. Também contribuiu para isso o fato de que Cavani já não mais tentava acompanhá-lo.
A segunda substituição de Laurent Blanc também surtiu o efeito desejado. Lavezzi saiu para a entrada de Pastore. O autor do terceiro gol no jogo da ida conseguiu criar boas jogadas de contra-ataque tanto correndo com a bola quanto fazendo lançamentos inteligentes para companheiros, e o PSG conseguia equilibrar a partida a poucos minutos do final. Entretanto, pode-se discutir a decisão de retirar Lavezzi e não Lucas, já que Lavezzi vinha melhor que o brasileiro, e podia desempenhar função semelhante.
Chelsea com três atacantes e PSG com três zagueiros e três volantes |
Pressionado, Blanc fez a substituição que o crucificaria. Tirou Lucas para entrada do jovem zagueiro Marquinhos. Um movimento clássico de fechar o time e esperar o fim do jogo. Lucas fechava o lado direito do campo, ajudando principalmente a marcar o lateral esquerdo adversário: Azpilicueta. O ponta brasileiro também era o principal responsável por puxar contra-ataques naquele momento. Sem ele em campo, não havia outra coisa a fazer a não ser aguentar a pressão.
Não funcionou. O PSG chamou o Chelsea pra sua área, em um momento de abafa, Azpilicueta apareceu desmarcado para tentar o chute. A bola desviou e sobrou para Demba Ba, que fez o gol da virada. Na comemoração, Mourinho correu até a bandeirinha de escanteio para dar mais instruções aos jogadores. A situação se inverteu e o PSG partiu para o desespero. Marquinhos ainda teve uma oportunidade de marcar, mas Petr Cech apareceu bem. Com três zagueiros e três volantes, o PSG estava sem armas para o ataque. No final, a vitória e classificação do Chelsea de Mourinho.
Conclusão
Pelo segundo ano seguido, o PSG é eliminado nas quartas-de-final na regra dos gols fora de casa. O time jogou bravamente, e esteve muito perto da classificação. A ausência de Ibrahimovic foi muito sentida no segundo jogo, já que ele não apenas é o principal finalizador do time, como também um de seus melhores armadores. Entretanto, acima de tudo, o erro de Blanc e audácia de Mourinho foram decisivos para a partida. Enquanto um colocava atacantes, o outro se retraiu e colocou zagueiros.
O Chelsea segue candidatíssimo ao título. Mourinho parece se sentir em casa no clube, onde conhece o caminho das pedras. Nesse jogo, dois substitutos fizeram os gols e fizeram brilhar ainda mais a estrela do técnico. O time não é inferior a nenhum outro na Liga dos Campeões. Mesmo o favorito Bayern de Munique, de Guardiola é um time que pode esbarrar na força do Chelsea, em um confronto hipotético que teria muitos velhos conhecidos. Seguir @futatico
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