Arsenal
veio escalado na formação com três homens no meio-campo: Wilshere,
Ramsey e Arteta, com o primeiro na frente dos dois. Nenhum
centroavante de oficio. Walcott começou pelo meio, com Podolski pela
esquerda e Cazorla na direita. Walcott vive sua melhor temporada pelo
Arsenal e já jogou na Premier League nessa posição, então é uma
decisão compreensível. Vermaelen, zagueiro de origem, jogou na
lateral esquerda, já que os outros laterais encontram-se
indisponíveis - André Santos, odiado pela torcida, vendido ao
Grêmio.
Bayern
com o time 100%. Mandzukic no comando de ataque. Ribery nominalmente
na ponta esquerda, Muller na direita. No meio, Javi Martinez e
Schweinsteiger formavam a base do meio-campo, e Toni Kroos flutuou
entre a mesma linha desses dois e a linha de Mandzukic, sendo
extremamente
inteligente taticamente.
O
time
alemão começou com força total, jogando no Emirates Stadium como
se fosse sua casa. A pressão na saída de bola do Arsenal foi
intensa nos primeiros quinze 20 minutos, quando saíram dois gols
alemães. Toni Kroos alinhava com Mandzukic, Schweinsteiger e Javi
Garcia pressionavam os homens de meio-campo. O espanhol, tido como
mais defensivo que o alemão, subia mais no campo do Arsenal,
ajudando a roubar bolas no ataque, sendo incrivelmente energético, e
justificando a sua contratação milionária.
Uma
caracteristica marcante da construção de jogadas alemãs era a
movimentação de Ribery, muito semelhante a que ele desepenhou no
amistoso da França contra a Alemanha. Ele sai da posição
tradicional na ponta esquerda e vem para o meio, trabalhar as costas
do volante. Toni Kroos é o responsável por cobri-lo nesse momento,
mantendo o equilibrio da equipe. Em uma dessas jogadas, logo aos sete
minutos, o francês recebeu de Schweinsteiger na meia-esquerda, abriu
com Muller, que cruzou para o gol de voleio de Toni Kroos.
Mesmo
após o primeiro gol, o time alemão não relaxou na marcação
pressão e continuou buscando agredir o Arsenal, ganhando uma série
de escanteios e faltas. O time londrino parecia nervoso e acuado,
apelando para faltas feias para parar o time alemão. Nas poucas
ocasiões em que o Arsenal ameaçou criar algo, foi com
contra-ataques puxados por Theo Walcott, mas a falta de apoio, e de
um finalizador nato, acabou por matar as jogadas naturalmente. Em um
desses escanteios, cobrado por Toni Kroos, Thomas Muller fez o gol
após cabeçada forte de Van Buyten. 2 a 0 no placar com 20 minutos
de jogo fora de casa, nada mal para o time que acabou de contratar
Josep Guardiola.
A
partir daí, a estratégia de jogo do Bayern mudou. O time alemão
recuou suas linhas, buscando aproveitar eventuais espaços deixados
pela defesa inglesa para utilizar a velocidade de Ribery e Muller nos
contra-ataques. Várias vezes Ribery se tornou o segundo atacante,
com Kroos fechando pelo lado-esquerdo. Arsenal pôde tocar a bola e
dominar a posse a partir daí, mas a impressão é que isso ocorreu
apenas porque o Bayern deixou. Algumas boas jogadas criadas por Santi
Cazorla e Sagna pelo lado direito, mas não o suficiente para ameaçar
Neuer no primeiro tempo.
Com
10 minutos de segundo tempo, o Arsenal acha um gol de escanteio com
Lukas Podolski. Esse gol deu algum ânimo ao time londrino, com 35
minutos de jogo restante. O time londrino continuou com a posse de
bola, como no fim do primeiro tempo, e criou alguns projetos de
oportunidades, especialmente com Wilshere, que fez uma boa partida,
apesar de tudo.
Aos
17, Ribery deu lugar a Robben. O holandês começou jogando no lado
direito, mas logo voltou a sua posição natural do lado direito.
Entretanto, foi notável a sua aplicação tática, ajudando muito
Philip Lahm na marcação, e dobrando sobre os pontas adversários.
Muller foi jogar no lado esquerdo. Nesse momento, o time do Bayern
não pressionava tanto, mas marcava bem e forte o time inglês, que
cresceu no jogo após o gol.
Com
a entrada, aos 25 minutos de jogo, de Giroud e Rosicky nos lugares de
Podolski e Ramsey, o Arsenal muda sua estratégia. Walcott volta a
sua posicional tradicional de ponta-direita, Cazorla cai pela
esquerda e Rosicky pelo meio. Giroud se torna um ponto focal para os
ataques londrinos. O efeito é imediato. Segundos após a alteração
Walcott cruza pra Giroud que chuta a queima-roupa pra defesa
atabalhoada de Neuer. Uma boa alteração ou algo que já deveria ser
desde o inicio do jogo?
Jupp
Heynckes reagiu a substituição de Arsene Wenger colocando Luiz
Gustavo no lugar de Toni Kroos. O brasileiro entrou com a missão de
acompanhar Rosicky no campo, efetivamente impedindo que o tcheco
tivesse qualquer impacto no jogo. Schweinsteiger se adiantou para a
posição de terceiro homem do meio-campo/segundo do ataque desempenhado por Kroos até então. Com o Arsenal desesperado pelo segundo gol, que seria o do empate, o Bayern encaixou o seu terceiro. Mandzukic matou uma bola no meio da defesa londrina e tocou para Robben. O holandês abriu driblando para a direita, esperou a ultrapassagem de Lahm e tocou para o alemão. Cruzamento que encontrou Mandzukic e finalmente o gol. Santi Cazorla, que jogava na ponta esquerda nesse momento, encontra-se quilômetros atrasado no lance, deixando o melhor lateral direito do mundo livre para fazer essa assistência.
Daí
até o fim do jogo o Bayern continuou defendendo bem, com os pontas
fechando bem os lados do campo. Nos momentos finais do jogo, foi o
time alemão que manteve a bola no ataque. Fim de jogo Arsenal 1,
Bayern Munich 3. Próximo jogo na Alemanha. Bayern de Munique
praticamente garantido na próxima fase de Liga dos Campeões.
0 comentários:
Postar um comentário